quarta-feira, 28 de julho de 2010

As três profissões mais ingratas.

Tudo bem. A gente sabe que quem escolhe o nosso futuro (na grande maioria das vezes) somos nós mesmos. Tem gente que escolhe ser Bombeiro, Médico, Advogado, Engenheiro, etc. Em todos estes casos, existem profissionais bem e mal remunerados. Mas são sempre profissionais REMUNERADOS. Se não recebem, não trabalham. Right?

Existem também aqueles que trabalham sério, gostam do que faz, mas a grande maioria da população não entende o porque do fulano trabalhar com isso. E o pior: a grande maioria da população NÃO VALORIZA o trabalho desse profissional. "Calote" é palavra recorrente, e "Stress" começa com a letra A, no dicionario desses caras.

Pois bem. O que dá na cabeça de um indivíduo para querer ser músico? Uma profissão onde a maioria começa por hobby. Vê que dá pra ganhar "uns trocados" e, eventualmente, viver disso. E quem começa a seguir carreira de músico, passa pelos piores perrengues, calotes, e as piores situações do tipo: paga-se o técnico de som, paga-se o técnico de luz, o segurança, o dono da casa de shows... e o cachê do músico? "ah... ele faz de graça".

- Experimenta dar calote num médico para você ver se ele não pratica a Eutanásia, ou calotear um engenheiro para ver se ele não joga seu prédio no chão. -

E o cara que inventa de ser publicitário? Esse sim merecia o Nobel da Paz. O "bom profissional" atura (calado) todos os tipos de ordens e excentricidades (sim, excentricidades) de todos os tipos de níveis hierárquicos acima do seu, seja da agência ou do cliente. No caso dos "CLT's", ganham um salário "justo", mas que é praticamente todo gasto em pó-de-café e anseolíticos. E os freelas então? Tem que mendigar trabalho a troco de um dinheirinho pobre, virar madrugadas a fio para poder dar conta de toda a demanda sozinho e ainda por cima pode tomar calote, no fim das contas.

- Digo e insisto: experimenta calotear ou pagar menos do que se é cobrado a um segurança ou até mesmo um flanelinha de rua (!!!) para você ver qual será o estado do seu carro no fim das contas. -

Hah... e o fotógrafo? Ele é o cara que tem seu trabalho roubado quase que diariamente, e quando não é roubado e alguém gosta do trabalho dele, vira e fala: "gostei do seu trabalho! Posso utilizar essa foto e, em troca, eu boto seu nominho?". 99,99999999% das pessoas REALMENTE ACHAM que crédito é forma de remuneração para o fotógrafo. Antes fosse apenas isso: ainda há os "clientes" que "contratam" o fotógrafo para fotografar eventos e outros espetáculos a troco da "entrada" ou do famoso "fazer portfolio". Bufunfa no bolso que é bom, o infeliz do ser-clicante nunca vê. Isso, sem falar nos fotógrafos "assalariados" que trabalham em jornais ou revistas e que vivem diariamente na tábua da beirada, seja por causa de bala perdida ou por infarto no miocárdio a troco do não cumprimento de pauta até o fechamento da edição. Assim como o publicitário, o fotógrafo gasta seu dinheiro (quando ganha) com pó-de-café para passar a noite em claro tratando foto ou em anseolítico para conseguir descansar.

Aí você me afirma: "o cara que resolve trabalhar em uma dessas três profissões tem que gostar muito, e mesmo assim é um cara muito fudido."




Pensando por esse lado, eu sou triplamente fudido.


♫♪ = A Cor do Som - Ao vivo em Montreux

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